Territorialidade e Cultura: Impulsionando os Negócios Periféricos

No vibrante cenário das periferias urbanas, o empreendedorismo emerge não apenas como uma necessidade, mas como uma expressão potente de identidade, criatividade e inovação. Frequentemente ouvimos que “a periferia é potência,” mas o que realmente significa essa afirmação? Explorar a dimensão cultural dos territórios periféricos pode nos dar a resposta, mostrando como ela se torna um diferencial estratégico no desenvolvimento de negócios locais.

O Poder do Patrimônio Cultural como catalisador de oportunidades

Os territórios periféricos são ricos em histórias e culturas que moldam suas comunidades. Empreender nesses espaços significa entender e valorizar essas riquezas, tendo-as em bases sólidas para o desenvolvimento econômico criativo, dando origem a eventos e produtos únicos que podem atrair um público visitante amplo e diversificado.

Eventos culturais, como festas e celebrações tradicionais, oferecem plataformas excelentes para empreendedores exporem e comercializarem seus produtos e serviços, alinhados com os elementos e símbolos identitários da região.

Um exemplo notável foi a participação da Emperifa na 22ª Festa da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos da Penha de França, em São Paulo. Este evento celebra a cultura afrobrasileira e se torna um espaço onde empreendedoras/es periféricas/os podem se conectar diretamente com a comunidade e visitantes de outras regiões, ampliando suas redes e oportunidades de negócio.

22ª Festa da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos da Penha de França, em São Paulo

Empreendedorismo Decolonial

Abordar o empreendedorismo periférico requer uma perspectiva decolonial, que valoriza e respeita as tradições e práticas culturais locais, ao invés de desprezá-las em favor de modelos opressores. Reconhecer a periferia enquanto potência implica em perceber suas capacidades de gerar inovação e sustentabilidade econômica a partir de seus próprios recursos e realidades.

Impacto Ampliado

Os negócios que emergem em contextos periféricos e que integram a dimensão cultural em suas estratégias tendem a prosperar e contribuem para a sustentabilidade financeira da região. Por exemplo, os participantes da festa mencionada anteriormente alcançaram um novo público, geraram receitas adicionais e fortaleceram a rede empreendedora local.

Feira Criativa organizada pela Emperifa durante a 22ª Festa da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos da Penha de França
Feira Criativa organizada pela Emperifa durante a 22ª Festa da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos da Penha de França

Conclusão

Valorizar a dimensão cultural dos territórios periféricos é fundamental para o sucesso dos negócios que ali operam. Mais do que isso, é uma forma de reafirmar a identidade e a potência dessas áreas, contribuindo para o desenvolvimento econômico sustentável e inclusivo. As periferias brasileiras são, verdadeiramente, territórios de potência, onde a cultura e o empreendedorismo caminham lado a lado em busca de um futuro melhor, para que as pessoas periféricas possam viver com dignidade.

Curtiu o post? Compartilhe!